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Eternidade

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Eternidade:A construção social do banimento do amianto no Brasil

Livro dá voz às vítimas e à luta pelo banimento do amianto no Brasil e denuncia o descaso das grandes indústrias diante das milhares de mortes e adoecimentos causadas pela fibra assassina.

Tags: Amianto Justiça social Meio Ambiente

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SOBRE O LIVRO

A obra narra a construção social do banimento do amianto no Brasil a partir do próprio movimento social, que foi se constituindo à medida que as vítimas dessa catástrofe sanitária do século 20 foram se tornando visíveis e diagnosticadas corretamente, após um longo período de silêncio epidemiológico, subnotificação e omissão tanto da parte das instituições governamentais, como das ligadas aos empresários. “Ao longo de décadas, quanto mais esclarecimentos sobre os males derivados da exposição ao amianto se faziam conhecidos e eram divulgados, mais as vozes dos expostos cresciam, até formarem coro”, explica a autora do livro. “Começaram então a aparecer as pessoas por trás das vozes, cada vez mais engajadas em associações de combate ao amianto que, a partir dos anos 90, foram surgindo por todo país”.
Com linguagem jornalística-literária, o livro dá voz às vítimas sob uma perspectiva coletiva, captada a partir da criação da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea), em Osasco (SP), no ano de 1995, e que foram se ampliando em diversos estados brasileiros. Como afirma Eliane Brum em seu prefácio: “este livro é para que os mortos permaneçam vivos, para que os vivos tenham paz. Para que o Brasil não esqueça o que sequer é capaz de lembrar”.

AUTORIA
Marina Moura

Marina Moura, hoje com 31 anos, escreve poesia desde os 14 e foi engavetando suas obras. Diz que foi tomada por “incrível voracidade de desengavetamento” nos últimos tempos, principalmente depois que, além de escrever, também passou a editar.

“Depois da publicação do ‘Poesia Gay Brasileira’, antologia que reúne poetas de nosso país do século 19 até hoje, senti muita necessidade de trazer à tona meus próprios poemas nunca publicados. Guardar para quê?”, diz a poeta e editora idealizadora da Amarelo Grão Editorial, pela qual o livro será lançado.

A poesia, que sempre foi a tônica de seu trabalho, mesmo quando pesquisava e produzia jornalismo literário, aparece agora, literalmente, em sua forma mais apaixonada no livro “A incrível capacidade de perder você”. Na obra, a autora traz com toda sua voracidade poética os dilemas e as potências dos inícios e dos términos das relações amorosas, das paixões avassaladoras e das desilusões.

TRECHO DO LIVRO

“
No princípio, era o silêncio e o pó. As máquinas das indústrias funcionando, uma névoa branca no ar, ainda mais visível quando os raios de sol entravam pelas frestas dos telhados das fábricas. Pelos cantos, trabalhadores tiravam seus cochilos pós-almoço deitados sobre os sacos semiabertos que guardavam a substância tóxica. Amianto, a fibra que mata, veneno. Também chamado asbesto. Era o material com o qual lidavam o dia inteiro. Esse mineral lhes fornecia o dinheiro suado que permitia a subsistência do mês, mas contraditoriamente arrancava desses trabalhadores a vida...

”